quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Machado e as facilidades de comunicação no século 19

“Queríeis saber do último acontecimento parlamentar? Era ir à Petalógica. Da nova ópera italiana? Do novo livro publicado? Do último baile de E...? Da última peça de Macedo ou Alencar? Do estado da praça? Dos boatos de qualquer espécie? Não se precisava ir mais longe, era ir à Petalógica.” (Trecho de crônica de Machado de Assis, publicada em 3 de janeiro de 1865 no Diário do Rio de Janeiro.
Sobre a Sociedade Petalógica*:
"Aos 16 anos já fazia parte do grupo de Francisco Paulo Brito. Foi esse editor, mulato como Machado de Assis, quem publicou em 1855 seus primeiros poemas: “A palmeira” e “Ela”, ambos na Marmota Fluminense. Em torno do editor e do seu jornal de notícias, variedades e literatura, formou-se a Sociedade Petalógica. “Queríeis saber do último acontecimento parlamentar? Era ir à Petalógica. Da nova ópera italiana? Do novo livro publicado? Do último baile de E...? Da última peça de Macedo ou Alencar? Do estado da praça? Dos boatos de qualquer espécie? Não se precisava ir mais longe, era ir à Petalógica.”
Foi com essas palavras que Machado se lembrou, saudoso, do grupo reunido em torno do seu amigo e protetor Paula Brito. Na década de 1850, não havia questão literária e política que não fosse discutida na tipografia e loja de livros, que ficava no Largo do Rossio. Desse círculo participavam políticos, como Eusébio de Queirós e o Marquês de Paraná, e escritores já consagrados, como Gonçalves de Magalhães, Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias."

* Cortesia de Hélio Guimarães

Nenhum comentário: